A Trajetória do Rei

Uma breve narrativa da infância e adolescência

NASCE UM REI
R
oberto Carlos Braga nasceu no dia 19 de abril de 1941, às 5 horas da manhã, pesando 2,250 Kg, medindo 42 cm, em sua casa, à Rua Dr. João de Deus Madureira, em Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo. Foi o quarto filho (o caçula) de Robertino Braga, relojoeiro e Laura Moreira Braga, costureira. Seus irmãos são Lauro Roberto Braga, Norma Braga e Carlos Alberto Braga.

O Pai, Robertino, D. Laura a mãe

O MENINO ZUNGUINHA
No bairro em que residia a família Braga, todos adoravam o "Zunguinha", o apelido do Rei na infância, principalmente as meninas das redondezas que tinham por ele verdadeiro fascínio. Era o "pão" das garotinhas. Seu pai desejava ardentemente que  Roberto fosse médico, desejo que era compartilhado com D. Laura, sua mãe.  

Cachoeiro
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

Situada no Espírito Santo, estado no sudeste do Brasil, a cidade recebeu este nome por causa do rio que corta a cidade. Além de ser a "terrinha" do Rei, é uma linda cidade de povo hospitaleiro, com lindas paisagens, Cachoeiro de Itapemirim, é um convite para quem curte a natureza.
  


A casa do Rei HojeA casa do Rei Hoje
NAQUELA CASA SIMPLES
Esta é a casa onde o Rei viveu a sua infância em Cachoeiro, Rua dos Índios Craincás, hoje Rua João de Deus Madureira onde hoje é um memorial em sua homenagem
A casa do Rei Hoje
A casa do Rei Hoje
A casa do Rei Hoje
A casa do Rei Hoje
Roberto e um  amigo (João) em Cachoeiro
Roberto aos 14 anos
NA ESCOLA
Roberto Carlos aprendeu a ler e a escrever no Grupo Escolar Graça Guárdi, indo depois para o Colégio Cristo Rei, onde já demonstrava sua religiosidade sendo um frequentador assíduo da capela do colégio, além de todos os domingos ir à Igreja de São Pedro.

A CAMINHO DA ESCOLA
Por esta escadaria de sua casa, Roberto descia todos os dias para ir à escola
Nesta  bica, Roberto parava para beber água junto com seus colegas a caminho da escola.

A RELIGIOSIDADE DE BERÇO
Religioso desde menino, a capela do Ginásio onde estudou tinha um frequentador assíduo. Sempre na hora do recreio, Roberto dedicava um pouco do seu tempo às suas orações. 
BOM ALUNO
Na Escola Muniz Freire, o forte de Roberto era o Português (uma virtude natural de todo poeta). Mas quando o assunto era Matemática, não fazia muito o seu gênero. Mas mesmo assim, passou no 3º ano como 2º lugar da classe e no 4º ano em 1º lugar. 

AS BRINCADEIRAS
Um de seus amigos de infância chamava-se Edson José Ribeiro, o Edinho, com quem partilhava as brincadeiras de barquinho (Segundo Edinho, Roberto fazia os barquinhos de madeira como ninguém), de rolar pneu, de pegar garupa na carroceria de caminhão e de descer o Morro Farias em carrinho de rolimãs. Seus colegas de infância, afirmam que, desde menino, Roberto Carlos já demonstrava toda sua liderança entre os colegas. Outra característica vinda desde a infância, era sua paixão por automóveis. Roberto e Edinho passavam horas e horas brincando de motorista nos restos de um trator que ficava numa oficina do bairro. 

TALENTO PRECOCE
Lá mesmo em Cachoeiro, cidade que o venera de maneira extraordinária, Roberto Carlos começou a mostrar seus pendores artísticos. Ainda de calças curtas, começou a participar de programas de auditório na Rádio Cachoeiro (ZYL-9), onde conheceu o Sr. José Nogueira, que integrava o regional (a orquestra de acompanhamento dos calouros). Roberto chamou a atenção de José Nogueira por ter ganho o concurso de calouros três vezes consecutivas e então iniciou com ele uma amizade que rendeu a Roberto Carlos um melhor aprendizado de violão, já que tinha apenas o básico ensinado por sua mãe (mais tarde, o sucesso no rádio o levou a fazer o Conservatório de Música). Naquela época, Roberto era muito aplaudido cantando tangos argentinos, como "Mano a Mano", canções mexicanas e até mesmo célebres canções italianas, como "Strada del Bosco". Parecia até que seria uma premonição de sua notável vitória no Festival de San Remo, na Itália, muitos anos depois. 

Roberto na capela do ginasio
A primeira carteira de músico
SONHO DE SER ARTISTA
Ainda quando a Radio Nacional era a mais popular emissora do pais, o Programa Cézar de Alencar tinha um enorme prestígio entre os ouvintes. Os maiores nomes do mundo artístico se apresentavam no programa semanalmente. Cantar neste programa era o sonho dourado de todos os cantores. E Roberto também sonhava com isto. Em casa, com os amigos e com os irmãos, não falava em outra coisa. Tanto fez, que finalmente conseguiu que seu pai Robertino conseguisse a sua participação no programa da Rádio Nacional. Acontece, porém que Roberto estava na idade de mudar a voz e por isto, cantou e não fez o sucesso desejado. Ninguém reparou no garoto sonhador, a não ser a sua querida cidade de Cachoeiro. 
Roberto aos 3 anos

PERSEVERANÇA SEMPRE PRESENTE
Roberto Carlos mostrou-se conformado e voltou para sua cidade sem perder as esperanças de algum dia ser alguém na Música Popular Brasileira. Continuou a participar com constância de alguns programas na ZYL-9 (A primeira rádio que se apresentou na vida, cantando um bolero de Gregório Barrios, Amor i mas amor), até que, em 1955, já então com 14 anos, sua família se mudou para o bairro do Fonseca em Niterói, no Rio de Janeiro e depois para o bairro do Lins de Vasconcelos, na Guanabara (Hoje Rio de Janeiro). 

THE SPUTNIKS
No Rio de Janeiro, Roberto conheceu, Arlênio, Tim Maia e Wellington e a medida que a amizade entre eles cresceu, o assunto passou a ser um só: "Música". Tanto falaram que acabaram formando um conjunto, o que naquela época não era tão fácil quanto hoje e, certamente influenciados pelos noticiários dos vôos orbitais, batizaram o conjunto de The Sputniks, afinal de contas, um conjunto moderno tinha que ter um nome de acordo com a época e nada melhor do que o nome de um satélite espacial. 

CANTANDO SEUS ÍDOLOS
Mas um gênio da música só precisava de um violão e um microfone para colocar sua inspiração para fora e, de ouvido mesmo, utilizando um pouco de sua teoria aprendida nas aulas de piano, violino, violão, solfejo, etc. Roberto já ia cantando o repertório de seus ídolos na época, que eram os românticos Tito Madi, Dolores Duran, Nelson Gonçalves e Orlando Silva. 

Erasmo
ERASMO CARLOS
O AMIGO DE FÉ ENTRA EM CENA
Em 1958, com 17 anos conheceu seu grande e eterno amigo Erasmo Carlos. Como Roberto, Erasmo era um menino pobre. Sua mãe era inspetora escolar e ambos tinham a música como sonho. Erasmo já havia trabalhado como office-boy, vendedor de peças de lingerie, recepcionista, auxiliar de escritório e porteiro. Meio turrão, Erasmo quase não parava em emprego nenhum, sempre brigava com o chefe. O primeiro encontro dos dois deu-se porque Roberto precisava da letra de um grande sucesso de Elvis Presley (Hound Dog) e foi informado que Erasmo Carlos era um grande colecionador dos discos de Elvis, quando então o procurou. Deu-se início a maior amizade entre duas pessoas que já se ouviu falar até hoje. 
bar
PONTO DE ENCONTRO
A amizade dos dois estendia-se aos encontros com a turma no Divino Bar,  no Estácio. Neste bar, na rua Haddock Lobo, entre a Rua do Matoso e Rua Barão de Ubá, ponto de encontro da turma, se reuniam para falar de música, futebol e de mulher, Roberto, Erasmo, Tim Maia, Jorge Ben Jor e Dedé, baterista do Rei e seu amigo até hoje. Nesta época, Dedé era secretário do Rei e encarregado de conduzir a guitarra e o amplificador de 8 Watts.
 

Em 1959 tudo começaria a acontecer...



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